T-A-R-T-A-R-U-G-A


Sorry, text only available in portuguese.


The texts read during the performances were never made public in order to emphasize orality and so that the audience could be fully focused on listening and on the present moment.

Em T-A-R-T-A-R-U-G-A, Isabel Carvalho (Porto, 1977) apresenta a leitura de um ensaio. O texto, escrito e lido pela própria artista, parte do conto A Festa de Babette, de Karen Blixen, mais especificamente da relação entre três das suas personagens, Babette, Martine e Philipa, para abordar temas relacionados com a atividade artística – segundo Carvalho, “os limites da imaginação, opções artísticas, banalidades e extravagâncias”.

A simples leitura dos seus textos, com um caráter cénico muito discreto e fazendo uso da sua própria voz, distante na colocação e no grão de vozes profissionais, treinadas para a leitura, tem constituído na prática artística de Isabel Carvalho – que também inclui desenho, pintura, escultura, instalação, edição de livros e organização de exposições – uma de forma muito pessoal de confrontar o público com assuntos comuns à produção artística: o valor do amadorismo, as relações entre arte e economia, a Amizade, a dialética entre rigor e imaginação. Alguns destes assuntos foram aliás abordados nas várias exposições organizadas por si num espaço do Porto chamado Navio Vazio, e que, paralelamente a uma vasta produção editorial – Carvalho fundou uma editora, a Braço de Ferro, que publicou entre 2008 e 2011 dezenas de livros, seus e de outros autores, entre artistas, designers e curadores – serviu à artista como um laboratório onde pôde ensaiar possíveis traduções de publicações em experiências tridimensionais.  
  
2015